domingo, 14 de junho de 2009

Entrevista a Diogo Ventura – Campeão Nacional de Motocross


O jovem piloto natural de Góis, Diogo Ventura, conquistou no passado dia 31 de Maio o seu primeiro título de Campeão Nacional de Motocross.
Com apenas 16 anos de idade, este jovem piloto é já apontado como uma grande promessa do Motocross e Enduro nacional.
Estivemos á conversa com ele para conhecer melhor o piloto do GOIS MOTO CLUBE.

Pergunta – “Olá Diogo parabéns pela conquista deste Campeonato, conta-nos um pouco como começas-te no Motocross?”

DV – Nunca tive ninguém da família que gostasse ou praticasse motocrosse, simplesmente foram dois vizinhos que tinham motas de competição e que me despertaram logo algum interesse, mal nasci, acho eu. A partir daí fui vendo revistas e mais revistas de motas sonhando puder um dia ter uma. Aos 9 anos, por fim, o meu pai ofereceu-me a minha primeira mota, uma Lem 50, realizando-me o sonho tão desejado. Desde aí foi só aprender e curtir. Comecei a pensar em competição, já com os meus 10 anos, outra vez o meu pai, fez o grande esforço e ofereceu-me uma KTM 65.

Pergunta – “Onde é que foi a tua primeira prova e como correu?”

DV – A minha primeira prova foi de troféu Rómoto em Pegões 2004.
Apesar de alguns problemas a nível de sistema nervoso, e de algumas quedas pelo meio consegui fazer um 4ºlugar e iniciar da melhor maneira o meu percurso no motocrosse.

Pergunta – “Ainda nos Iniciados chegas-te a lutar pelas vitórias, como foram esses anos?”

DV – Foram anos de muitos altos e baixos, por vezes, passando momentos difíceis. Logo no segundo ano de Iniciados consegui evoluir bastante e já inserido no team Bianchi Prata fui vice-campeão. Os outros dois anos a seguir foram difíceis, as lesões e a vários factores adversos, mesmo assim o meu andamento estava muito forte e sentia que estava a evoluir.

Pergunta – “Em 2009 a estreia na classe MX2 e na classe Júnior, quais eram as tuas expectativas no inicio do Campeonato?”

DV – Desde o início da pré época que foquei bem os meus objectivos, queria estar forte e não ser mais um. Queria recompensar a minha família, o meu pai e mãe especialmente, e ao meu manager, visto o elevado esforço que eles fizeram por mim durante 4 anos, e sabia que tinha capacidade para isso!
De Suzuki, no Team SUZUKI/JOMOTOS, estava bastante motivado e sabia que estava a treinar bem e que podia surpreender tudo e todos.

Pergunta – “Como foi para ti este Campeonato, como te correu?”

DV – O campeonato começou da melhor forma na corrida de Águeda, ao ganhar os treinos cronometrados, e com dois terceiros lugares nas mangas da tarde, deixando logo ali a marca de que eu estava ali para mostrar o que valia mesmo quando ninguém esperava.
Umas semanas depois na Marinha das Ondas voltei a mostrar a toda a gente o que valia ganhando finalmente a primeira corrida nas motas “grandes” o que me fez sentir muito orgulhoso de mim mesmo, e com a consciência que trabalhei para aquilo e consegui.Com esta vitória acabaria por passar para a frente do campeonato e não o largar mais até a Ourém.

Pergunta – “O que sentis-te no final da corrida de Ourém?”

DV – Em Ourém, apesar de me ter sagrado campeão nacional, fiquei um pouco frustrado e desiludido, porque logo desde os treinos da corrida mostrei que estava ali para ganhar a corrida e agarrar o título, o que sem duvida se verificou na primeira manga do dia que liderei do inicio ao fim e ganhei simplesmente. Na segunda manga as coisas começaram por correr igualmente bem, liderando a corrida até duas voltas do fim, devido a um toque com um piloto atrasado o que me fez cair e perder muitos lugares. Fiquei muto desiludido porque sabia que conseguia “ganhar e ser campeão”, ficando lá no fundo algo em falta.
Penso que na mesma toda a gente conseguiu ver o meu valor, e acho que deixei todas as pessoas da minha plateia orgulhosa e feliz, estas que me ajudaram, lutaram e acreditaram em mim. Agradeço-lhes por tudo o que fizeram por mim.

Pergunta – “E agora, o que esperas do futuro?”

DV – Não sei qual vai ser o meu futuro. O que eu sei é que ganhar corridas e campeonatos é uma sensação muito especial e gratificante, e que gostava e vou fazer tudo para repetir seja em que classe for, ou em que modalidade for. Simplesmente tenho de trabalhar e acreditar em mim.
Claramente que um dia gostava de ser um grande nome no mundo do motocrosse, supercrosse ou mesmo no enduro.
Espero ter sorte nos próximos anos, e vontade para trabalhar, que o resto tudo virá por acréscimo.

Pergunta – “Como foi a tua experiencia no Enduro?”

DV – Foi o primeiro ano que fiz enduro, mas sempre gostei bastante da modalidade visto que desde pequeno era a única prova de motas que eu via aqui na minha terra, e talvez por isso tinha bastante curiosidade em experimentar.
Das 3 corridas que fiz gostei imenso, e mostrei logo desde inicio bom andamento, mas alguma dificuldade em alguns obstáculos que às vezes o enduro nos dá. Achei acima de tudo uma modalidade muito mais tranquila a nível psicológico comparando com o motocrosse.
Acho que acima de tudo o motocrosse nos faz mudar por vezes a mentalidade devido ao exigente nível psicológico o que me fez ganhar muita maturidade.
Quero repetir a experiência mais vezes e acho que o enduro acaba também por nos preparar para o motocrosse e a ser um piloto mais completo.

Pergunta – “Mudando um pouco de assunto, conta-nos um pouco como é o teu dia-a-dia?”

DV – O meu dia-a-dia não é lá muito fácil. Ainda estudo e vou continuar a estudar, tenho aulas todos os dias. À noite depois de chegar da escola é quando aproveito para ter a minha horinha para treinar físico durante quase todos os dias da semana, excepto à quarta e ao fim-de-semana que são os únicos dias que tenho para me sentar em cima da mota e treinar.
Depois disto ainda tem de haver tempo para descomprimir um bocado, por exemplo ver TV, jogar Mx vs ATV no computador, estar na net, sair com os amigos e etc. Geralmente estas horas de lazer são muito poucas, mas quem quer ter títulos e ganhar corridas tem de abdicar de muitas coisas boas, mas que por fim agora penso que tudo isto valeu a pena.

Pergunta – “Por fim, a quem gostavas de agradecer por esta conquista?”

DV – A todos que sofreram, gritaram, saltaram, correram por mim mas sem dúvida um agradecimento muito especial às 3 pessoas que vão permitindo a minha evolução e a minha permanência no motocross, o meu Pai, a minha Mãe e ao meu Manager Ricardo Sebastião que me ajudou a ser o piloto que sou hoje e a ele devo-lhe a garra que ganhei, a capacidade de auto confiança e por me ajudar a trocar nervos por ansiedade de ganhar.
Queria também agradecer a todos os meus patrocinadores e à minha equipa pelo esforço feito da parte deles e pelo que proporcionaram este ano.


Video de Diogo Ventura no Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=00_QCaVFMts

JOMOTOS (concessionário Suzuki), SUZUKI, (RM-Z 250 e RM-Z 450), SOL’S (têxteis publicitários), ALVES BANDEIRA (combustíveis), CETELEM (créditos financeiros), MAXPERFIL (estruturas metálicas), BUD Racing (peças especiais de competição), CMS (capacetes), GOLDENTYRE (pneus), VALVOLINE (lubrificantes), ASW (equipamentos), LEATT BRACE (protecção cervical), FORMA (botas), ARIETE (óculos e punhos), POLISPORT (plásticos), SKECHERS (calçado desportivo), AP RACING (loja on-line), ASTERISK (joalheiras ortopédicas), AKRAPOVIC (escapes), GOIFAL (caixilharia de alumínio), GOIS MOTO CLUBE e GOIS COR (publicidade).

Sem comentários:

Enviar um comentário